Ezaram, o Arquivista
Resumo
Ezaram é uma lenda viva — e morta. Conhecido no mundo acadêmico apenas como “O Arquivista”, ele é o último remanescente consciente da civilização zelarim. Ele reside no Arquivo Silencioso, uma estrutura subterrânea labiríntica próxima a Amigliara.
Conhecimento Proibido: Nieden
Ezaram possui mapas antigos que mostram Nieden. Em seus mapas, o continente dos elfos nunca está no mesmo lugar; a tinta se move sobre o papel.
- A Opinião de Ezaram: Ele chama Nieden de “O Tumor Colorido”. Ele sabe que os Zelarim tentaram estudar a magia de lá e enlouqueceram. Ele mantém esses mapas selados não para esconder um tesouro, mas para evitar que alguém “convide” a lógica de lá para cá.
A Verdade por trás do Mito
Para o mundo, Ezaram é um sábio recluso. Na verdade, ele é uma relíquia viva do apocalipse. Ele é o último sobrevivente consciente da civilização zelarim, preservado não pela vida, mas por uma magia de estase morta-viva. Ele é um Lich, mas não por busca de poder; ele realizou o ritual de transformação como um ato desesperado de preservação para sobreviver ao cataclismo que apagou seu povo.
Aparência
Ezaram não se assemelha aos liches de contos de terror.
- Corpo: Sua estrutura esquelética parece feita de vidro do mar ou cristal fosco, desgastado pelas eras.
- Vestes: Traja mantos cerimoniais zelarim, feitos de um tecido que lembra coral petrificado e seda cinzenta, que flutuam como se estivessem submersos.
- Rosto: Não possui olhos; apenas duas luzes pálidas e estáticas nas órbitas. Sua voz soa como o atrito de pedras no fundo do oceano: lenta, fria e sem eco.
O Trauma: A Maré Estática
Ezaram era o Grão-Observador das Correntes. Ele viu o que a ambição fez. Os Zelarim tentaram criar uma utopia subterrânea (sob Porto Bravo) alimentada por uma fonte de energia “pura”. Ezaram avisou que aquilo não era energia, era uma fresta para a Fome (Yrrakhal). Ninguém ouviu. Quando ligaram a máquina, o mundo não explodiu. Ele parou.
- O mar congelou no ar (não em gelo, em tempo).
- As cores foram drenadas.
- As memórias das pessoas foram sugadas até sobrarem apenas cascas vazias. Ezaram fugiu para seu Arquivo e fundiu sua alma à própria estrutura de pedra para não ser “deletado” pela estática.
Personalidade e Filosofia
- O Guardião da Quarentena: Ezaram vê o conhecimento proibido como uma praga. Ele não protege os segredos para que ninguém os roube; ele os protege para que ninguém se machuque.
- Frieza Burocrática: Ele trata visitantes com apatia. Para ele, aventureiros são apenas “variáveis estatísticas” que logo morrerão.
- Trauma Profundo: Ele carrega a memória de ver uma civilização inteira ficar silenciosa em um instante.
“Vocês são crianças brincando com fósforos em uma biblioteca de papel. Eu vi o oceano parar de se mover. Eu vi o esquecimento comer a cor dos olhos dos meus filhos. Não me falem de ‘poder’. Falem-me de silêncio.”
O Arquivo Silencioso (A Dungeon)
Localizado perto de Amigliara, é um complexo de vários níveis protegido por armadilhas que testam a mente e a retenção de memória, não apenas reflexos.
- A Filacteria: O próprio Arquivo é a filacteria de Ezaram. Enquanto o conhecimento ali estiver preservado, ele existe.
Relações com a Campanha
- herodito-o-didata: Era um dos poucos mortais que Ezaram respeitava, pois Heródito buscava entender o passado, não explorá-lo.
- fillion-o-artifice: Ezaram despreza Fillion. Ele vê no elfo a mesma “húbris” (arrogância) que destruiu os Zelarim.
- Kirin: Ezaram terá um interesse perturbador em Kirin. Ele consegue sentir o “cheiro” da entropia vinda do plano de Kirin. Ele pode reconhecer Kirin como um “sobrevivente de uma Maré Estática cósmica”.
- Os Jogadores: Se perguntarem sobre o continente dos elfos, Ezaram rirá (um som de vidro quebrando). “Vocês querem ir para onde a matemática vai para chorar? Boa sorte.”
Conhecimento Chave
Ezaram possui a capacidade de traduzir as runas do coracao-de-ylmaris e fragmentos das Táboas Esmeralda, mas se recusará a fazê-lo a menos que os jogadores provem que podem suportar o peso das consequências sem quebrar a realidade.